sexta-feira, 19 de junho de 2009

Clássicos 5 – “O Pastor”, de Hermas


(Primeiro parágrafo) “Quem me criou, vendeu-me para Roma a uma tal Rosa. Passados muitos anos, vim a conhecê-la e comecei a amá-la como irmã. Algum tempo depois, vi-a banhar-se no rio Tibre, dei-lhe a mão e retirei-a para fora do rio. Ao ver a sua formosura, discorria no meu coração, dizendo: Seria feliz, se desposasse uma mulher com esta beleza e modo de ser. Nada mais me passou pela cabeça senão isto”.

O pastor | Título original "POIMHN" | Hermas | Co-edição Alcalá / Faculdade de Teologia da UCP, 2003, 280 páginas

Não se sabe ao certo que foi Hermas, nem em que data (final do séc. I?, meados do séc. II?) ou local (Patmos? Éfeso? Roma?) a obra foi escrita. Orígenes dizia que este Hermas é o mesmo que Paulo saúda em Romanos 16,14. Mas é improvável.

“O Pastor” chegou a ser tido como livro inspirado por alguns cristãos dos primeiros séculos, graças às interpretações alegóricas (na mulher atraente do parágrafo acima citado viu-se o “símbolo da sedução que a cultura pagã exerce sobre os cristãos”).

Sobre a obra, Isidro Lamelas escreve na Introdução desta edição: “(…) É, sem dúvida, uma das mais fascinantes e surpreendentes de toda a literatura cristã dos primeiros séculos. Considerada e utilizada durante gerações como texto sagrado e inspirado, gozou de uma singular estima e notoriedade na Igreja antiga”.

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