sexta-feira, 19 de abril de 2013

Vêm aí o dia mundial do livro - 1

Sentimo-nos culpados por tudo o que ainda não lemos, mas esquecemos que já lemos mais do que Agostinho ou Dante, ignorando assim que o nosso problema reside, definitivamente, no modo de absorção e não na dimensão do nosso consumo.

Alain de Botton, "Religião para ateus", 138

7 comentários:

Euro2cent disse...

Mouche. Os ensaios do Montaigne também transmitem essa perspectiva - uma selecção limitada mas de alta qualidade.

A abundância e facilidade de publicar não significa melhoria de relação sinal/ruído, antes pelo contrário. Afogamo-nos em trivialidade e mediocridade.

(Já contribuí a minha dose diária.)

Rui Vasconcelos disse...

Concordo com o Alain de Botton, que fala no contexto da educação, e como a quantidade não significa necessariamente qualidade.

Mas parece-me que também é verdade o facto de termos ainda uma grande parte da população que, à excepção das legendas de filmes, jornais e redes sociais, não leram mais do que s. Agostinho - e, nessa população, encontramos muitas pessoas que até têm responsabilidades ao nível de comunicação humana e liderança de comunidades.

A sobredose de imagens e informação, «excitante da sociedade, cafeína que a mantém acordada», na expressão de José A. Mourão, acontece para prejuizo da atenção e da escuta que a palavra necessita.

Anónimo disse...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...

Uma Igreja sem paredes nem livros.
Uma Igreja sem estátuas nem hierarquia.
Uma Igreja do coração, uma Igreja à medida das aspirações das pessoas do mundo de hoje.
Uma Igreja sem teólogos e estudiosos.
Uma Igreja de pessoas amadas por Jesus e o próximo...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja onde as pessoas estão em sintonia com a verdade e a caridade.
Uma Igreja sem vigilância nem ditames.
Uma Igreja sem dogmas nem teorias alheias à
Bíblia.
Uma Igreja onde as mulheres e os homens são iguais em tudo.
Uma Igreja sem pó nem poeira...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja onde cada pessoa pode fazer doutrina.
Uma Igreja onde ninguém é herético nem excomungado.
Uma Igreja onde não há crentes nem não-crentes.
Uma Igreja onde o sonhar é viver e o viver é sonhar.
Uma Igreja onde se lêem os melhores poetas a par das esclerosadas leituras bíblicas...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja de Santos não canonizados.
Uma Igreja de puros sem pureza.
Uma Igreja de fieis sem fé.
Uma Igreja de caridade sem caridade.
Uma Igreja de esperança sem esperança...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja de verdes prados.
Uma Igreja de doces praias.
Uma Igreja de montanhas escarpadas.
Uma Igreja de vales profundos.
Uma Igreja de árvores e passarinhos...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja sem livros de teologia.
Uma Igreja sem catecismos.
Uma Igreja sem missas.
Uma Igreja sem catequeses.
Uma Igreja sem organização...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja sem dinheiro.
Uma Igreja sem universidades.
Uma Igreja sem jornais ou editoras.
Uma Igreja sem centros sociais.
Uma Igreja sem instituições de solidariedade social...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...
Uma Igreja em que Deus é à minha imagem e semelhança.
Uma Igreja em que Deus faz a minha vontade.
Uma Igreja em que Deus é a minha vontade.
Uma Igreja em que Deus é salvo por mim.
Uma Igreja em que Deus não precisa de existir...

Como sonho com uma Igreja meramente espiritual...

Peter disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Peter disse...

Anónimo sonhador (9:46 AM).. para quem tanto persiste nessa poesia sonhadora, se calhar, essa Igreja que lhe serve para exercitar a sua veia poética, deve ser muito parecida a esta que esta pequena noticia revela num pueblo de Alicante :

“El cura párroco de Monforte del Cid, una localidad del interior de la provincia de Alicante, se niega a dar la comunión a una niña de siete años, que padece síndrome de Lenox, que conlleva una discapacidad mental. Ante la negativa un grupo de vecinos han iniciado una recogida de firmas en contra de una decisión que consideran impropia de la Iglesia.

El Obispado de Orihuela-Alicante ha asegurado este viernes que la decisión del párroco que no permite que una niña con una discapacidad severa realice la catequesis y haga la comunión, "no es una manía" del sacerdote sino que "responde a la normativa de la Iglesia", que requiere que los niños comprendan el sentido de este sacramento, según han informado fuentes de la Diócesis.”
…..

O resto dessa “infâmia” meu caro poeta, vem aqui, nessa perfeita descrição do amor exercido por essa ”Uma Igreja de esperança sem esperança”.. que lhe povoa os sonhos:

http://ccaa.elpais.com/ccaa/2013/04/19/valencia/1366385709_411252.html

Seria bom que nos tentasse explicar como se pode negar Jesus a uma criança e a alegria a uma mãe…! Talvez seja, como diz o Bispo que apoia esse acto desumano, porque a criança não tem capacidade de discernir o sacramento… não cumprindo as tais “normativas da Igreja”!...

Como diz ali um comentador, (então porque se concede outro sacramento, o do baptismo a crianças, ou estas já possuem discernimento)! Se calhar, deve ser com a mesma base insana que se nega a comunhão a adultos só porque se divorciaram etc…etc…

Ainda hoje estou à espera que alguém dessa Igreja que lhe povoam os seus sonhos, me explique porque é que Jesus naquela Ceia, sabendo do coração de Judas, permitiu ainda assim que ele participasse da mesa da comunhão!...

Nem Jesus, quanto mais um pequeno cura de um pueblo para afastar uma filha de se alimentar do AMOR… e depois alguém ainda tem a coragem de vir aqui chamamar-me de ser a: “Perfeita descrição” da estupidez!... misericórdia Senhor…!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

o senhor padre da missa dos cegos deve saber explicar como é que o colega espanhol e o respectivo bispo agem como cegos talvez lhes falta a participação na missa mas sem vendas

Só há doze bispos no mundo. São todos homens e judeus

No início de novembro este meu texto foi publicado na Ecclesia. Do meu ponto de vista, esta é a questão mais importante que a Igreja tem de ...