sábado, 21 de setembro de 2013

Três dedos que apontam para o Papa

O Papa deu uma entrevista a 16 publicações dos jesuítas. Um dia é um texto no "Repubblica", no outro uma entrevista (que esteve em tantas mãos durante um mês e ninguém se descaiu), mais uma encíclica, um sermão diário e não sei quantas comunicações por semana... Ufa. É difícil tem pedalada para o Papa. Já com os outros assim era. Mas quanto aos outros, poucos lhes ligavam. Com este, há uma certa pressão mediática e social e que nos diz: "Já ouviste o que o Papa disse". Na verdade, já não ouço muito do que o Papa diz. Vou ouvindo umas coisas. E por vezes guardo para ler mais tarde, o que, nestes tempos de informação torrencial, quer dizer nunca. Da entrevista jesuítica, cheguei a este ponto. E procurei as imagens.

 Três dedos que apontam para Mateus (clique para ver bem)
Vindo a Roma sempre vivi na Via della Scrofa. Dali visitava frequentemente a igreja de São Luís dos Franceses e ali ia contemplar o quadro da vocação de São Mateus, de Caravaggio». Aquele dedo de Jesus assim… dirigido a Mateus. Assim sou eu. Assim me sinto. Como Mateus. É o gesto de Mateus que me toca: agarra-se ao seu dinheiro, como que a dizer: “Não, não eu! Não, este dinheiro é meu!”. Este sou eu: um pecador para o qual o Senhor voltou o seu olhar.

4 comentários:

Helena V. disse...

Obrigada, Jorge. A minha intenção de procurar essa pintura não ia, com certeza, passar disso. Vale a pena ler a entrevista. Compreendo-te,sinto o mesmo: é difícil acompanhar. Mas encaro com boa esta "pressão", esta atenção ao que o Papa diz. Andamos ávidos de sinais que nos redimam, num mundo tão complexo.

Anónimo disse...

entrvista interessante...se tivesse de escolher escolhia o que o autor do blog escolheu

P.e Tiago disse...

Notar também o «Santo Padre» a dizer que é um pecador (e já agora, a maior parte dos «cristãs» a dizer que não se confessa porque não tem pecados)
Notar ainda o «Infalível» (embora só às vezes) a pedir que rezem por ele para que se engane poucas vezes

Anónimo disse...

É profundamente bonito e comovente.

Rui Jardim

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